Hoje não vou falar de culinária,estamos de férias, ô coisa gostosa, e principalmente quando estamos no campo, natureza para todos os lados, frutas tiradas do pé,ar puro, ovos de quintal, galinhas sem hormônios, leite fresquinho tirado da vaca.
Fomos para São José das Itapororocas, hoje também chamado de Maria Quitéria ,distrito de 10 mil habitantes localizado na cidade de Feira de Santana.Renomearam o Dsitrito em homenagem à grande mártir da Independência da Bahia, que minha tia jurava de pé junto que era nossa parente, o sobrenome bate direitinho e ela nasceu na mesma cidade que meu pai, e meus tios e tias.
Voltando a conversa inicial, a ida ao sítio me fez lembrar da minha infância, quando painho pegava o carro,um aerowiilys azul e nos levava a mim,minha irmã e mainha,para passarmos semanas no sítio.Eu era chamada de moleque macho, pois vivia correndo atrás das galinhas, e seus pintinhos, subia em árvore,e corria em disparada nos pomares e pulava os cercados com maestria.
Fiquei vendo minhas filhas brincarem com muitas das minhas características, fazendo exatamente a mesma coisa, e me deu muita alegria.
Ficamos eu e meu marido observando as duas em suas algazarras infantis, a alegria transparecendo no olhar, que bom que elas são felizes com as coisas simples da vida, sem complicar.
Davamos longos passeios, pela estrada que leva ao adro, como falam por lá...adro da igreja de São José, Santo padroeiro da cidade, que segundo é contado ,quando se reza com fé e recorre a ele, os moradores me garantiram que chove mesmo.Acho que São José andou ouvindo suas preces, pois faziam 6 meses , que não chovia de verdade, só algumas nuvens passageiras,e quando chegamos,depois de um dia de sol escaldante desabou um toró, digno de filme holywoodiano,com direito a raios ,trovões e relâmpagos .Aqui estão as fotos que não me deixam mentir, minha filha mais velha ficou com medo ,pois fomos a um sítio vizinho e quando voltavamos, o céu clareavam a cada 10 segundos, e os raios riscavam o céu.Eu permanecí serena (por fora)kkkkk, para passar segurança para ela.
Nas minhas andanças na estrada para a vila de São José,registrei em meio á plantação queimada de sol, os pés de mandacarus, vivos e verdes, colorindo a paisagem do sertão,e trazendo esperança que tão logo se concretizou.Lembrei-me rapidamente da canção do grande mestre
Luiz Gonzaga,
o xote das meninas:
E Gonzagão ,o grande rei do Baião estava certo,o céu escureceu,São José atendeu,e a chuva caiu soberana,encharcando a terra seca e trazendo vida,e esperança ás plantações da princesinha do sertão.
Como Deus é maravilhoso e nos dá tantas bençãos todos os dias, devemos sempre agradecer, obrigado Senhor por tantas coisas belas que tu criastes para teus filhos.Aproveitei para fotografar ,a natureza pulsante e espetacular que estava ao redor.
Onde está a borboletinha, camuflada na plantinha?
Vou ajudar os leitores, captando a butterfly com minhas lentes amadoras de mais pertinho ,(passei 40 minutos no sol quente), esperando a oportunidade, para tirar esta foto, elas vinham em 3, saltitantes, amarelinhas e não paravam pousando de flor em flor, depois de todo o tempo que fiquei de botuca, á espera de uma oportunidade, as outras voaram e uma delas permaneceu paradinha na flor, até eu fotografar, primeiro de longe, porque fiquei com medo de chegar mais perto e ela voar,e pasmem , depois tirei de bem pertinho ,como um troféu merecido depois de uma longa espera.
Esta outra era mais tranquila,ficava alguns segundos numa só flor, sugando o seu néctar e depois, ia para outra .... foi rápido para eu tirar uma foto dela, única e soberana garantindo o seu alimento e enfeitando aquelas paragens com sua delicada presença.
Estavamos com sorte, olhei para a minha primogênita e notei um pequeno inseto (que amo) vermelhinha com seus poás pretos, enfeitando a gola da sua camisa, percebí então que tratava-se de uma joaninha, dizem que quando uma joaninha pousa sobre uma pessoa, lhe traz muita sorte!
Quando preparei a máquina, eis que de sopetão ela deu um rasante e foi parar na palma da minha mão,passei rapidamente a máquina para minha filha, e ela registrou o momento antes dela voar para a camiseta da minha caçulinha e depois ir pousar sobre uma plantinha verde-limão.
Como a natureza nos encanta e nos ensina, devemos fazer a nossa parte e preservar esta grande casa, a qual habitamos,e que mais do que nunca precisa do nosso carinho e do nosso apoio.
Salvador tem mais de 3 milhões de habitantes, e há muito não vejo joaninhas, borboletas e pássaros a cantar,Deus queira que este tal de progresso, esqueça este lindo recanto perdido na geografia do sertão: São José das Itapororocas,poupando-o de seu gracejo,do seu beijo envolvente que muitas vezes leva á um desenvolvimento traçoeiro,pobre de encantos como estes.
São José foi o berço do meu saudoso pai, Francisco,que era chamado pelos amigos aqui de Salvador de "Feira",em alusão á sua terra natal onde ele brincou, correu , sorriu, foi muito ,muito feliz; bem no coração da princesinha do sertão,Feira de Santana como ele com orgulho falava....de onde saiu um dia para morar em Salvador ,encontrar mainha,que vinha de Amargosa,e formar a nossa querida família.
Viva a natureza! Viva a vida!