Estes sequilhos lembram-me minha infância. Mainha sempre fazia estes sequilhinhos leves e aerados para nosso café da manhã. Lembro que os fazia pequenininhos ,delicados porque como ele é batido na batedeira, (naquela época ela batia á mão durante uns 6 , 8 minutos até misturar bem a manteiga com o açucar) e porque vai fermento na massa depois de irem ao forno,eles crescem ,ficam com uma massa surpreendente,super leve ,um manjar dos deuses.
Eu,minha irmã e painho ficávamos ansiosos á espera dos sequilhos,e mainha reclamava do constante acesso á cozinha, olhos e estômagos ávidos da guloseima, e não ficávamos quietos nos lugar. Precisavámos ir lá ,abrir o forno(mainha retava)kkkkkkkk só queríamos ajudar ,ver se o fundo dos biscoitos já estava dourado ,para mesmo quentes devorarmos eles, com café com leite ,de preferência bastante leite em pó integral que quando em contato com o liquído quente formavam bolotas deliciosas que eu estalava a língua para comer...para mim leite instântaneo não prestava ...descia logo não formava as pelotas ...explosão de gostosura que com aqueles sequilhos mágicos,faziam o meu deleite e da minha irmã.
Nos dias de inverno, aquele ventinho frio, a chuva caindo na janela da nossa humilde casa,painho corria a fechar para ajudar a esposa que já tinha os afazeres domésticos,o cuidado conosco, e depois dava um abraço bem apertado nela e a elogiava.
As gotas de chuva no telhado,nos trazia um aconchego......uma felicidade ,de estarmos quentinhos num lar cheio de amor, o cheiro dos sequilhos vindo da cozinha,o aroma do café coado na hora,a TV de botão, com seletor de canais manual,preta e branca (naquele tempo não havia controle remoto).
Eu espalhava os gibis da turma da Mônica no tapete, para mim Maurício de Souza é um rei, que povoou a minha infância de diversão,de magia e felicidade.
Painho comprava as revistinhas semanalmente ,minha personagem preferida era Magali,parecidíssima comigo,comia,comia e não engordava, pena que hoje isto não é uma realidade. kkk e o Chico Bento, com seu jeitinho tranquilo,ingênuo e apaixonado pelas coisas boas da vida: família,natureza ,simplicidadade.
Hoje faço estes sequilhos de nuvem para minhas filhas que adoram comê-los lendo as revistinhas da turma da Mônica- e para mainha que no alto dos seus oitenta anos, lembra daquele tempo em que eramos pequeninas e que ela fazia com todo amor quitutes que me inspiram e aguçam a minha memória gustativa,trazendo doces lembranças,do tempo em que painho estava conosco e era o meu herói .... Lágrimas me vêem aos olhos,hoje ele não está mais conosco ,está com Nosso Senhor,porém só tenho a agradecer a Deus por ter me dado pais tão amorosos.
Lindas lembranças......Doces lembranças.
Sequilhos da Vovó Tonha
150 gr. de manteiga ou margarina de boa qualidade
1 xícara de açucar
3 gemas
2 xícaras e meia de farinha de trigo
1 colher de sopa de fermento em pó.
Tabuleiro untado para assar,não precisa enfarinhar
Para o recheio :
Goiabada cortado em cubinhos
Modo de fazer :
- Bata a manteiga com o açucar até obter um creme, utilizei a batedeira ,junte as gemas ,uma a uma,batendo bem depois de cada adição.
- Peneire a farinha de trigo com o fermento em pó e acrescente,amasse com as mãos,até ficar soltinha.
- Faça pequenas bolinhas,e achate-as con o dedo mindinho formando um pequeno oríficio , e nestes coloque os pedacinhos de goiabada em cada sequilho.
- Arrume-os em tabuleiro untado, e leve ao forno previamente ligado,por mais ou menos 10 minutos,depende do seu forno,no meu é rapidinho, até que fiquem dourados por baixo.
- Desenforme-os passando uma espátula por baixo ainda quentes ,depois de mornos,
- Uma dica é colcoar também gléia de qualquer fruta no lugar de goiabada em cubos,ou fazer casadino unindo-os com doce de leite.
- É um sequilho super delicado,aerado..uma prenda,um mimo que minha mainha me ensinou.
